O Estado de Mato Grosso é coberto em sua maior parte pela floresta tropical amazônica, por zonas úmidas e pelas grandes áreas de planícies da savana. As extensas zonas úmidas do Pantanal albergam diversas espécies, incluindo araras, onças, ariranhas e jacarés. Os tuiuiús, aves de grande porte – símbolo da região -, em companhia de uma grande variedade de aves, cujo colorido enfeitam os céus do Pantanal, fascinam os grupos dos Observadores de Pássaros de todo o mundo.
Na amplidão do ambiente mato-grossense a cultura vive e produz seus encantamentos. O artesanato é cria desse berço, tem se alimentado da abundância dessas fontes e respirado a pureza desse ar. Como produtores da identidade, os artesãos são mestres da singularidade dos seus modos de saber viver em harmonia com a biodiversidade de seu território.
População de uma região central de um país tão grande quanto são alguns continentes, o mato-grossense desenvolveu a sua criatividade para inventar soluções e resolver problemas decorrentes das grandes distâncias entre territórios. A sabedoria dos ofícios artesanais tem parte de sua origem na busca para suprir a falta de determinados objetos e utensílios domésticos. A restrição está na base da motivação criativa que desenvolve os modos de fazer e viver das populações tradicionais.
O Mato Grosso abriga a beleza aurática da arte de lata de um artista meio urbano, meio pop rural, mas inteiramente genial: Lupércio dos Anjos.
Foi justamente na passagem para o século XXI que as peças utilitárias criadas por Lupércio passaram a ganhar padrões coloridos. A força de sua linguagem criou uma série de objetos ‘domésticos com alma’ e fez vir ao mundo a sua arte incandescente. Viveu toda uma vida sem grandes posses, mas a sua generosidade deixou para todos o bem da mais valiosa das propriedades, a inauguração da autoria da marca ‘Lupércio dos Anjos”.