O Pantanal do Mato Grosso do Sul é parte do bioma Pantanal, considerado Patrimônio Natural da Humanidade. Esse ecossistema é berço da nossa história, dos processos do entrelaçamento de diferentes culturas e da construção da identidade brasileira.
A cada hora do dia, a natureza oferece uma nova sensação. A cada horizonte uma paisagem surpreendente se descortina, para deleite do olhar, e convida à experiência com a beleza da região.
A qualidade do artesanato da região sul-mato-grossense e a variedade de estilos impressionam pela qualidade das técnicas e variedade dos materiais. Na grandeza desse território diversas associações e grupos familiares mantêm os saberes das culturas tradicionais e produzem o artesanato original, muitos deles possuem certificação de origem emitida por entidades competentes.
Os fluxos migratórios amalgamaram diferentes influências culturais na formação da população do Mato Grosso do Sul. A versatilidade da arte da cerâmica permitiu a manutenção dos processos artesanais e a preservação das culturas indígenas, que participam de forma preponderante da formação da marca MS.
Os saberes das etnias Terena e Kadiwéu dividem o protagonismo com a tradição europeia na produção do repertório de um artesanato original.
A cerâmica desenvolvida pela etnia Terena é reconhecida como patrimônio imaterial histórico, artístico e cultural, como bem imaterial do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo o primeiro bem imaterial a ser registrado.
Os Kadiwéu são conhecidos como ‘índios cavaleiros’e as suas histórias participam da formação do imaginário da República brasileira. Hábeis desenhistas, os artesãos da etnia Kadiwéu, inspirados pelo repertório simbólico de sua ancestralidade, construíram um estilo que se tornou referência da produção cultural do Estado.
A destreza com o domínio da equitação foi retratada pela pintura do artista francês J. B. Debret em 1834.
Com o passar do tempo, o artesanato foi recebendo a contribuição das culturas que migraram para a região e ampliaram o repertório de seus estilos. A autenticidade da chamada ‘poética dos bugres’ é uma das expressões mais destacadas da diversidade criativa dessa cultura.
“Tudo é do mato […] A cera é a abelha que faz, a madeira é do mato… Tudo é da natureza do mundo.” — Conceição dos Bugres, 1979
Autodidata, de origem indígena, Conceição se tornou renomada por sua produção dos chamados “bugres”, esculturas em madeira cobertas por cera e tinta que ela criou incessantemente ao longo de três décadas, no Mato Grosso do Sul, para onde migrou ao deixar Povinho de Santiago, Rio Grande Sul.