As barreiras geopolíticas não estancam rios, não definem limites das florestas, não impedem a cultura de transitar livremente entre os territórios. Os trabalhos desenvolvidos pelos povos originários, pelos mestres, pelos artesãos, pelos artistas que vivem no Estado do Mato Grosso são o exemplo que mantém vivo o sentido de verdade dessa tese.
A arte de lata, de Lupércio dos Anjos, a cerâmica presente nas galinhas d´angola de Cleide Antunes, nas peças de Lucileicka da Silva e nos vasos com rostos indígena e negro do mestre Omar, a tecelagem presente no trabalho das redeiras, a arte de trançar fibras presente nas esteiras, redes, balaios, chapéus e peneiras, as esculturas em madeira feitas pelos índios Mehinakos, a viola-de-cocho, que é bem imaterial reconhecido pelo Iphan, e as fibras de buriti, tucum, taboa, milho e bananeira presentes nas peças das Mulheres de Fibra, são alguns dos muitos produtos que ilustram e materializam a riqueza e a diversidade desse povo.