Data: dias 5, 6 e 7 de novembro de 2025 Endereço: CRAB – Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileio Praça Tiradentes, número 69, Centro – Rio de Janeiro
Este seminário tem como foco principal o debate da sustentabilidade associada a inovação no setor do artesanato.
Durante três dias de trocas traremos diversos debates sobre inovação, bioeconomia, mudanças climáticas, futuro e juventude, design sustentável entre outros temas, a fim de provocar diálogos sobre aspectos fundamentais para o setor e para o Brasil. Também teremos um workshop prático sobre economia circular.
Como guia curatorial para esse seminário nos baseamos no projeto do CRAB – Mosaico Amazônia Legal: mapeamento cultural do artesanato brasileiro, que foi realizado nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Maranhão e Tocantins. O resultado deste projeto será lançado nesse encontro e serviu de base para provocar os debates que irão acontecer.
Confira abaixo a programação dos três dias do Seminário e faça sua inscrição.
Dia 1 – 05 de novembro
9:00 – 9:30
Credenciamento
9:30 – 10:00
Abertura institucional
10:00 -11:30
Painel 1 – Lançamento Mosaico Amazônia Legal
Iremos lançar o resultado do projeto Mosaico Amazônia Legal: mapeamento do artesanato brasileiro.
O Mosaico é um projeto de mapeamento em estrutura de “mosaico cultural” que reflete a rica rede de produção, tradições e práticas sustentáveis que definem o artesanato do Brasil. Como registro vivo tem objetivo de dar destaque às narrativas dos artesãos, suas experiências vivas e a sabedoria que permeia suas criações. Ao valorizar a sustentabilidade destaca as práticas sustentável como potência do setor. E realiza conexão e comercialização através do mapeamento de artesãos fundamentais para a identidade brasileira.
Neste recorte Amazônia Legal apresentamos os resultados encontrados em 5 estados Amazonas, Acre, Pará, Maranhão e Tocantis.
Painelista confirmados:
- Laura Landau – Idealizadora e gestora do projeto Mosaico. Especialista em artesanato no CRAB, designer de produto, cientista ambiental e pesquisadora de práticas artesanais brasileiras.
- Rozana Trilha – Coordenadora Geral e produtora executiva do projeto Mosaico. Contribui para o aprimoramento social e econômico, de forma sustentável, dos povos da Floresta, por meio da Associação Zagaia Amazônia, a qual é diretora-presidente
- Sharlene Melanie – Pesquisadora, Designer, Direção artística, roteiro, fotografia e coordenação de trilha sonora do projeto Mosaico. Artista amazônida, doutora em fotografia sociopolítica desenvolvedora de projetos socioambientais.
- Ribamar Xavier – Direção audiovisual do projeto Mosaico. Fotografo e produtor audiovisual com mais de 25 anos de experiencia na Amazônia produzindo conteúdo para TVs, portais e publicidades.
12:00 – 14:00
Almoço
14:00 – 15:30
Painel 2 – Tecnologia, Inovação e Ancestralidade: Soluções Sustentáveis para os Desafios da Amazônia
O painel apresentará como a tecnologia, artesanato e design sustentável podem promover impacto social, econômico e ambiental na Amazônia
Painelista confirmados:
- Walter Júnior – Criador dos óculos de realidade virtual da Amazônia Miritiboard VR junto com Joel Cordeiro. Conceito que une inovação tecnológica e saberes ancestrais, gerando renda e educação inclusiva. (PA)
- Joel Cordeiro – mestre artesão, tem profundo conhecimento no manejo e produção de artesanato feito de Miriti (ou buriti) palmeira típica de diversos estados brasileiros. (PA)
- Janete Lana – Artesã de São Gabriel da Cachoeira – AM, realiza parceira com o designer Sioduhi, abordando a crise climática de forma artística e social, por meio das peças em tucum. (AM)
- Mediação: Amanda Xavier – Coppe Ufrj – coordenadora do Casulo – Centro Avançado em Sustentabilidade, Ecossistemas Locais e Governança da Coppe – (RJ)
15:30 – 17:00
Painel 3 – Buriti: uma palmeira e múltiplas tecnologias artesanais
Nesse painel vamos apresentar a relevância da palmeira de buriti (ou miriti) como suporte para diversas práticas artesanais a partir de diferentes partes da planta. Com a fala de três artesãos, cada um irá expor como se relacionam com a palmeira e como ela fornece suporte etnoecológico e econômico.
- Mestre Valdeli Costa Alves – realiza transformação social por meio do artesanato em miriti, reforçando a conexão histórica com o Círio de Nazaré e o impacto comunitário da Associação Miritong (PA)
- Mestre Douglas Lopes – É um guardião da cultura popular maranhense, conhecido por suas criações ligadas ao Bumba Meu Boi e às festas juninas. Ele esculpe manualmente os bois de talos da palmeira de buriti — reverenciada como a “árvore da vida”.
- Marcelo Medeiros – Designer e pesquisador da cultura brasileira, especialista em bordado da fibra de buriti (MA)
- Mediador: Jandir Golçalves – pesquisador na área da cultura, foi consultor do Inventário Nacional de Referências Culturais do Bumba meu boi do Maranhão e do Tambor de Crioula. Curador da exposição Choque, Landruá, Sucubé, Munzuá – O Design da Pesca no Maranhão.
17:00 – 20:00
Coquetel para convidados com a presença da Festa Xêpa e Dj Goia
Dia 2 – 6 de novembro
9:00 – 09:30
Café da manhã
09:30 – 11:00
Painel 4 – Bioeconomia: artesanato como ator na relação ambiental e econômica do país.
Este painel provoca o pensamento do papel do artesanato na construção da bioeconomia amazônica, evidenciando como a sabedoria ancestral e a inovação geram valor e sustentabilidade
- Tainah Fagundes – Com a marca Da Tribu, integra moda, sustentabilidade e ancestralidade. A marca utiliza o látex da seringueira, trabalhado de forma sustentável, transformando-o em biojoias que carregam identidade e inovação (PA)
- Maria do Socorro Souza – Mestre Artesã do Acre, compartilhará suas pesquisas, soluções inovadoras e sustentáveis no beneficiamento de sementes e manejo da punha, técnicas desenvolvidas por ela. (AC)
- Iranilce Lanes – Líder do Ateliê Florescer no Seringal Guanabara, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes (AC), é referência na criação de soluções sustentáveis que unem cultura, economia e conservação.
- Mediadora: Ana Flavia Corleto – Pesquisadora do CPI/PUC-Rio e atua no programa de Direito e Governança do Clima, desenvolvendo pesquisas nas áreas de uso da terra e bioeconomia. (RJ)
11:00 -12:30
Painel 5 – Juventude e o Artesanato Amazônico: Desafios e Inovação
Este painel se propõe a discutir o engajamento da juventude no artesanato, uma missão desafiadora, mas fundamental para a perpetuação cultural.
- Maynara Santana – Ceramista, utiliza a cerâmica como uma poderosa ferramenta de fortalecimento cultural e promoção de uma economia criativa. Em suas oficinas e projetos, ela inspira a juventude a ressignificar essa arte ancestral, incorporando novas linguagens e diálogos com a contemporaneidade. (PA)
- Marcos Alexandre – Representa uma geração de jovens dedicados à continuidade do artesanato tradicional na Associação Teçume da Floresta, no Careiro Castanho (AM). Com aulas voltadas para os filhos dos artesãos, ele fortalece a preservação cultural e promove o engajamento juvenil na cadeia produtiva. (AM)
- Wanderley Batista de Carvalho – fundador do Pote de Ouro Arts, enxerga na arte e na cultura do Tocantins uma oportunidade de inspirar as novas gerações a valorizarem suas raízes. Com iniciativas como “Memórias do Barro” e “Batuque do Barro”, ele leva crianças e jovens a vivenciarem a riqueza do artesanato, aprendendo não apenas a modelar o barro, mas a enxergar nele sua história e identidade (TO)
12:30 – 14:30
Almoço
14:30 – 16:00
Painel 6 – Design sustentável – orientações para trabalhar a biodiversidade de materiais locais
Em tempos de mudanças climáticas e decadência capitalista, este painel traz para o debate a provocação de como repensar a produção de artesanato sob orientação de um novo design sustentável.
- Gilda da Silva Barreto – Artesã indígena da etnia Baré, utiliza fibras de tucum e sementes amazônicas para criar peças artesanais que unem tradição e sustentabilidade. Herdeira de conhecimentos transmitidos por gerações, ela valoriza o artesanato como uma importante fonte de renda e uma ferramenta poderosa de afirmação da identidade cultural de seu povo. (AM)
- Maria Amélia Marubo – artesã indígena da Terra Indígena do Vale do Javari, é uma guardiã das tradições culturais de seu povo. Desde os 10 anos, aprendeu com a mãe a arte da cerâmica, que carrega os saberes, os ciclos naturais e as histórias das mulheres Marubo. (AM)
- Diênita Puyanawa – Indígena do povo Puyanawa no Acre, atua como artesã e agente de saúde, unindo tradição e futuro. Por meio de oficinas e do resgate de técnicas ancestrais, como o uso de miçangas, sementes e molongó, ela inspira jovens a valorizar e preservar a identidade cultural de sua comunidade.
- Mediação: Laura Landau – Especialista em artesanato no CRAB, designer de produto, cientista ambiental e pesquisadora de práticas artesanais brasileiras.
16:00 – 17:30
Painel 7: Bem-Viver Ancestral: Culturas Tradicionais Moldando novas práticas em Sustentabilidade
Bem-Viver — um conceito ancestral que orienta a vida em harmonia com a natureza, os seres humanos e os espíritos da floresta. Mais do que uma filosofia, o Bem-Viver é uma prática cotidiana que envolve cuidado com a terra, respeito pelos ciclos naturais e uma profunda espiritualidade conectada aos territórios.”
- Raimunda Huni Kuĩ– Líder da Apaminktaj, apresenta o protagonismo feminino indígena, elevando o artesanato Huni Kuĩ como afirmação cultural e empreendedorismo. (AC)
- Vera Luz – é comunitária e artesã na Comunidade Quilombola do Rio Acaraqui no Pará, trabalha integralmente com o açaí e o que a planta oferece em uma produção integrada com modo de vida e mercado (PA)
- Enilda Vasconcelos – Representante do quilombo Sítio Vida Nova, Abaetetuba, Pará, exemplificam a resiliência quilombola, usando integralmente o açaizeiro e frutos nativos com uma filosofia de zero descarte. (PA)
- Irineu Laureano Rodrigues – Indígena da etnia Baniwa, o artesão enfatiza a profunda relação espiritual e cultural entre seu povo e a floresta amazônica, vista como um território sagrado e fonte de vida. Ele reflete sobre os impactos das ações humanas nos grandes centros urbanos, que alcançam os territórios indígenas, afetando a natureza de forma preocupante. (AM)
- Mediador: Eloy Terena – Secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas. Indígena do povo Terena em Aquidauana (MS) é Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da UFF e Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ.
Dia 3 – 07 de novembro
9:00 – 9:30
Café da manhã
9:30 – 11:00
Painel 8 – Mudanças climáticas e o impacto na produção artesanal
Este painel fará um urgente alerta sobre como as mudanças climáticas e a degradação ambiental ameaçam a própria existência do artesanato tradicional no Brasil
- Laudeci Ribeiro de Souza Monteiro, presidente da Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros (TO), destaca os impactos das mudanças climáticas no Jalapão. A seca nas veredas, o desmatamento acelerado do Cerrado e as queimadas afetam diretamente o capim dourado, essencial para o artesanato local.
- Representante Naturatins
- Maria do Socorro Souza – Mestre Artesã do Acre, compartilhará suas soluções inovadoras e sustentáveis no beneficiamento de sementes e manejo da pupunha.
- Mediação: Carol Garrido – Pesquisadora em Direito Ambiental com foco em litigância e justiça climática, junto ao grupo Direito, Ambiente e Justiça no Antropoceno (JUMA) junto à Coordenação de Direito Ambiental do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA-Jur) da PUC-Rio. Pesquisadora colaboradora do Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas (OIMC) no âmbito da UERJ e IESP. Coordenadora do grupo de estudos em Direito Ambiental do NIMA-Jur.
11:00 – 12:30
Painel 9 – Cultura Artesanal: Alicerce para Produção Sustentável e Desenvolvimento Territorial
Este painel vai trazer a intrínseca relação entre as práticas culturais, a produção artesanal e o desenvolvimento sustentável dos territórios na Amazônia Legal.
- Ilana Ribeiro Cardoso – membro da comunidade de Mumbuca (TO), é uma defensora do Turismo de Base Comunitária (TBC) como meio de valorizar as tradições e promover o desenvolvimento sustentável. Para ela, o capim dourado é mais que artesanato, é uma conexão ancestral e uma fonte de autonomia financeira. (TO)
- Gisele de Oliveira – Analista do Sebrae Nacional, faz a gestão do projeto“Do Festival ao Futuro: Parintins Criativo”. A iniciativa é promovida pelo Sebrae em parceria com as agremiações dos bois-bumbá Caprichoso e Garantido. Com foco na inovação, sustentabilidade e valorização cultural, o projeto visa promover Parintins como um centro de inovação cultural, incluindo também ações de inclusão e diversidade.
- Florinaldo Silva – Guardião da tradição do Boi Costa de Mão, uma manifestação cultural profundamente enraizada na história de Cururupu (MA) e da cultura amazônica. Atuando como artesão e zelador do sotaque, dedica sua vida à preservação desse patrimônio imaterial, que carrega memórias ancestrais transmitidas oralmente desde o século XIX. (MA)
- Mediação: Carla Cipola – Professora associada da Coppe/UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro, dedica-se ao Design de Serviços e Design para a Inovação Social. É membro fundador da rede DESIS composta por mais de 50 Labs em vários continentes. (RJ)
12:30 – 14:30
Almoço
14:30 – 17:30
Workshop – Economia Circular: Inovação territorial a partir do artesanato – Como inserir a econômica Circular nas práticas de Design com artesanato.
- Facilitadora: Carla Tennenbaum – Designer e facilitadora criativa, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano, SEBRAE, Artemisia Negócios Sociais e International Youth Foundation.