Com 88% de cobertura florestal nativa preservada, o Estado do Acre investe em inovação, pesquisa e tecnologia para oferecer mecanismos que viabilizem a permanência das populações tradicionais em seus locais de origem (dados colhidos no catálogo Sebrae 2015).
A produção do artesanato no Acre ocupa um papel fundamental na criação de oportunidades e renda para as comunidades desse território.
Segundo o cadastro do Sebrae, atualmente, 2066 artesãos atuam distribuídos em 8 espaços criativos do artesanato no Acre.
A diversidade criativa de 25 mestres artesãos tem recebido destaque no circuito da produção nacional.
A floresta como berço das tradições e da inovação
A produção artesanal acreana faz uso sustentável dos recursos naturais, entende que essa é a alternativa viável de sobrevivência e de geração de renda, com respeito aos valores culturais, ambientais e sociais.
Acre: a identidade original
Diferentemente do imaginário sobre indumentárias dos povos originários que povoa o senso comum, o Acre introduz um produto totalmente original em sua forma e fascinante em sua beleza.
O ‘Kusma’, um tipo de bata de algodão, é um produto caraterístico da cultura do povo Ashaminka. A peça é muito confortável e estilosa, fácil de ser desejada e incorporada aos looks da moda contemporânea.
A cultura indígena tem inspirado diversas marcas brasileiras. A Osklen fez uma coleção inspirada na nação Ashaninka, que diferem de outros povos indígenas por usarem vestimentas.
Sementes que plantam histórias
Milhares de espécies de árvores se reproduzem com a ajuda do vento, da chuva, de pequenos e grandes animais, ao realizarem o trabalho natural de espalhar sementes.
De tamanhos e formas variados as sementes renovam a vida da floresta e de seus povos – ribeirinhos, seringueiros e indígenas. São matéria-prima para a confecção de utensílios domésticos, instrumentos de trabalho, decoração e, principalmente, peças de adorno. (Catálogo Acre Sustentável 2015)
No ambiente do consumo autoral, os acessórios artesanais marcam as diferenças e são charmosos sinalizadores dos estilos pessoais.
Tecendo identidades e contando histórias de artesanato no Acre
O artesanato dos povos originários do Acre ganhou força há menos de duas décadas e hoje fazem parte do cotidiano das comunidades espalhadas em 34 terras indígenas de forma mais intensa. Com um tecer caprichoso, um padrão gráfico, que guarda significados atemporais e atende ao gosto cromático do ambiente pop contemporâneo, os braceletes tribais ganharam mundo e hoje circulam nos pulsos dos mais destacados formadores de opinião.
O coletivo Rautihu formado por 90 artesãos, 100% mulheres, se dedica ao tear com miçangas coloridas, formando padrões que expressam significados sagrados do povo Yawanawá e levando para o mundo a energia de proteção dos saberes da floresta.
Natureza como inspiração e suporte
A beleza temática, a sofisticação do estilo e a qualidade de acabamento técnico dos objetos transportam o artesanato para o universo do fazer artístico.
A alegria dos rituais festivos dos povos da floresta transparece nas criações dos acessórios artesanais. A exuberância da cartela de cores dos objetos tem na flora e na fauna as suas inspirações.
Artesanato acreano ganha visibilidade
O artesanato acreano tem ganhado cada vez mais visibilidade e crescimento no mercado nacional e internacional, com contratos firmados durante as participações nas feiras que ocorrem no Brasil. Com a diversidade e criatividades aliadas, o artesão acreano tem conquistado espaços nas grandes feiras.
Para a coordenadora estadual de artesanato, Suelany Paiva, a participação nas grandes feiras é o reconhecimento do trabalho coletivo.
“Esse é um trabalho feito a várias mãos e com o esforço coletivo estamos conseguindo colocar o estado do Acre em evidência nos grandes centros criativos como a marchetaria, o látex e desta vez com os produtos da Barro Sagrado. Preservação e comércio podem caminhar juntos e a prova disso é o crescimento dos artesãos acreanos”, destacou Suelany.