Brincos, pulseiras, colares e anéis; filtros de sonho, tiras e peneiras. O artesanato produzido por cerca de 230 famílias indígenas no noroeste do Rio Grande do Sul é a principal fonte de renda e subsistência das aldeias Kaingang localizadas nos municípios gaúchos de Iraí, Vicente Dutra e Lajeado do Bugre. Além da importância econômica, a atividade artesanal representa o resgate de aspectos culturais imprescindíveis à própria identidade indígena.
“Desde pequenas, as crianças aprendem a fazer tudo. Para os indígenas ‘problema’ é a criança ou o jovem não aprender, não saber confeccionar artesanato, pois não saberá ganhar seu sustento. Sem a prática do artesanato, sua tradição cultural morrerá”, explica a servidora Maryjara Mazzocato Dazzi, da Coordenação Técnica Local da Funai em Iraí/RS.
A atividade artesanal é a principal fonte de renda para o povo Kaingang, pois as comunidades indígenas estão restritas a pequenos territórios e aldeamentos nas Terras Indígenas Iraí e Rio dos Índios. “Apenas algumas famílias plantam suas roças de subsistência, e a renda familiar advêm do artesanato”, afirma.
“Já alguns poucos municípios oferecem melhores condições para os indígenas que se encontram de passagem. E também os servidores locais da Funai juntamente com lideranças indígenas vêm fazendo um trabalho insistente e pontual junto a gestores e população dos municípios mais procurados para o comércio do artesanato, como, por exemplo, as cidades onde acontecem feiras e exposições”, comenta.
Entre os meses de dezembro e fevereiro, muitos indígenas fretam ônibus para deslocarem-se até o litoral do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde o comércio do artesanato tem um bom retorno devido ao intenso movimento de turistas. Na chuva, no calor do verão gaúcho ou sob o frio do vento minuano, o artesanato é um trabalho de superação que atesta a perseverança do povo Kaingang diante das dificuldades.
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