
A Associação do Quilombo Kalunga, em Goiás, que representa moradores de um dos maiores territórios de áreas remanescentes de quilombo no Brasil, ganha, este mês, o primeiro armazém para venda dos produtos da agricultura familiar e extrativismo que irão beneficiar mais de 280 famílias de produtores e artesãos.
O espaço, construído com o apoio do Programa COPAÍBAS, gerido pelo Fundo Brasileiro Para Biodiversidade (FUNBIO), contará com a presença de 80% de mulheres quilombolas à frente da comercialização e foi erguido em Cavalcante, terceira cidade com maior proporção de moradores quilombolas do Brasil, chegando a 57%, de acordo com o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O objetivo do novo espaço é atrair todas as famílias do território e visitantes das cidades no entorno da Chapada dos Veadeiros e Brasília e, assim, expandir a venda dos produtos Kalunga, típicos do Cerrado, como a castanha-do-baru e o pequi. A lista inclui ainda alimentos produzidos de forma artesanal, como a farinha do jatobá e a farinha Kalunga, rapadura, melado da cana e mel de abelha. E, também, a produção local de arroz e feijão, feita por mais de 3.500 quilombolas. Também haverá um espaço para o artesanato de tecelagem local.
Armazém kalunga em construcao_Crédito Carlos Pereira – O VETOR
O território Kalunga abrange 39 regiões e está contido no perímetro de três municípios: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. E conta com mais de oito mil quilombolas.
Referências:
Quilombolas do território Kalunga ganham espaço para venda de produtos artesanais
Quilombolas inauguram mercado Kalunga em Cavalcante (GO) | Instituto Socioambiental